segunda-feira, 22 de novembro de 2010

3.Reconfortada

Porque a estrada vai além do que se pode ver. e aquilo ficou na mente dela. E ela agora quer saber se é verdade. Ela sonhava em chegar ao último poste de luz que se podia enxergar dali, e percebeu então, que este não era o último realmente. Ela dobrrou a esquina esperando encontrar algo a mais. Ela preferiu dar a volta ao mundo e descobrir sozinha. Ela não entende lágrimas de dor, só as de alegria. Ela não sabe, ou melhor, ela não se lembra, a que veio. Ela sente uma angústia no peito pro não sbaer ainda a sua missão já planejada. Ela tem medo de falhar. Ela já entende, não precisa mais provar se é verdade. Ela reconhece que a estrada é infinita e que falta muito para percorrer. E ela pede apoio, apoio que sente ao seu lado, que já o tem desde sempre, sem poder nem ver.
Respirando fundo, ela fecha os olhos. Ela fala com o coração, expõe todos os seus medos, incertezas, júbilos e gratidão. Fala para alguém que sabe ela sabe que vai entender, para alguém que a conhece melhor do que ninguém. Ela se reconforta. Ela ora.

_________

"Afinal, para a mente bem estruturada, a morte é apenas a grande aventura seguinte." 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

2.Ofegante

Ofegante, ela corre. Corre contra o tempo, contra o vento, contra tudo o que machuca e faz doer. Ela não está fugindo, ela só precisa ficar bem lunge de tudo o que é ruim e faz mal. Ela corre em direção ao amor, à felicidade. Ela só precisa de  paz e tranquilidade. Ofegante, ela corre.


____


"Era uma agonia tocar uma pessoa marcada por algo tão bom."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

1.Metafórica

Cheia de meias palavras, ela enrola.Em uma corrente de veros bem colocados, elafala; fala e não diz nada. Entre metáforas e um universo paralelo.Ela quer transformar o mundo, ela acha que pode tudo sem saber de nada.Ela nãp quer dissertar. As rimas são bonitas, vazias. As comparações são surpreendentes, inexistentes.
No fundo, ela quer gritar, extravasar. Quer que todos saibam das suas dores, das suas aflições e decepções. quer que todos entendam e compadeçam. Ela quer cantar bem alto, sem ritmo, suas alegrias, suas garras esperanças. E quer que todos compartilhem.
Ela quer tanto que no fim, perdida em poesia, não quer nada...


_______

'E meus pensamentos são todos sensações'
Alberto Caeiro

terça-feira, 2 de novembro de 2010

reticências...

Um amigo meu, muito querido, lembrou do blog ontem, enquanto a gente conversava sobre... nem lembro mais sobre o que era, a gente conversou tanto ontem... e aí, me deu uma vontade enorme de escrever de novo. Tem tanta coisa que fica entalada e só sai com um punhado de palavras transtornadas... como poucos sabem, me expresso bem através de metáforas e às vezes nem eu entendo o que quero dizer com certas comparações. E já comecei divagando...
Inevitável seria falar sobre amizade então, com a semana conturbada que tive... porque me decepcionei o suficiente para um ano inteiro. Sempre confiei demais nas pessoas, isso é fato. E nunca vejo o lado ruim, da inveja, da falsidade, do interesse... mas tem hora que até o mais cego consegue enxergar... e acabei caindo no buraco escondido que havia naquele chão que eu achei que era tão sólido (eu e minhas metáforas novamente...). Às vezes, acho que preferiria continuar vendo só o lado bom, das gargalhadas, das conversas de fim de tarde, das madrugadas de confidências... seria tão mais fácil...
Mas são nessas horas que a gente vê quem está do nosso lado sempre... sinto aquele abraço e percebo que não estou sozinha nunca. Com oceanos de distância ou apenas algumas ruas, continuo tendo a certeza de que não estarei sozinha nunca... e esses laços se tornam mais fortes do que jamais estiveram...

sábado, 22 de maio de 2010

Sentidos.

Acordou. Primeiro, tentou se lembrar de onde estava e o porquê. Então, sua atenção se voltou para os cincos sentidos, repentinamente aguçados. Sentiu o toque da relva quente e úmida em que estava deitado, sentiu gotas de água que caíam de leve, aleatoriamente, e ajudavam, aos, poucos, no seu despertar. Ouviu o farfalhar entre as folhas e galhos dos enormes carvalhos; ouviu as aves em suas melodias. Sentiu o aroma fresco e energizante do orvalho. Ao abrir os olhos. viu, por cima das copas das árvores, um céu azul, viu os raios de sol que subiam ao longo da manhã, incidindo por toda a clareira.
Então, sentiu o gosto doce de seu próprio sangue, sentiu o sabor doentio da dor pungente que estava, de repente, sentindo. E tudo veio à tona, como se tivesse acordado de um sonho. Seu corpo inteiro latejou, e ao se lembrar da dor excricante que o atingira quando finalmente  fincaram-lhe a espada em seu ventre, percebeu que não havia mais nada ali, além de uma pequena cicatriz.
Philippe recordou dos últimos momentos antes de perder a consciência. Deleitava-se, ainda no chão, com a aparente vitória da últma batalha, mas ao mesmo tempo, intrigava-se com a calmaria do lugar em que estava e estava espantado também, por ninguém ter ido procurá-lo ainda. Levantou-se e com um rápido olhar pela  clareira, encontrou sua armadura e espada encostados a árvore mais próxima.
Com uma súbita sede, decidiu ir até a cahoeira cujas águas podiam ser escutadas, mas não vistas. Philippe vestia o elmo, que naõ reluzia devido à camada de poeira e sangue seco que o cobria, quando estacou. Podia ter certeza que ouvira o som de folhas secas quebrando-se com pisadas. Os pássaros não mais cantavam. Fechou rapidamente os olhos. Todos os seus sentidos afloravam novamente. O silêncio que dizia tudo indicava o perigo que chegara até ali, as passadas leves eram inúteis para causar maior susto. Na boca, não sentia mais o gosto de nada, e engolia em seco sua própria respiração. O cheiro era de medo, e invadia suas narinas, mas era ele mesmo quem exalava-o. Seus dedos encontraram o punho da espada que nunca havia deixado de cumprir sua função ao seu lado. Philippe se virou lentamente e abriu os olhos, pronto para reagir a qualquer ataque.
O que viu asustou-o mais do que havia imaginado. Mas ele não teve tmepo para pensar. Seu adversário já desembainhara sua espada e brandia-a contra ele. Mai quaro espadachins, empregados da rainha, também lutavam contra ele. O barulho do choque de cinco espadas contra uma ecoava por toda a clareira. Não era à toa o título de melhor esgrimista do reino. Entretanto, Philppe ainda estava debilitado pela batalha anterior e o restante de suas forças esvaía com rapidez. Seus reflexos tornavam-se cada vez mais lentos, e de repente, uma das espadas inimigas fincou-lhe  entre as dobras da armadura. Com um lampejo de dor e o sangue fluindo do buraco feito, caiu de joelhos, mas antes que pudesse lamentar realmente sua derrota, ouviu um grito forte.
Era sua tropa que havia encontrado-o. Com rápidos movimentos, seus melhores soldados renderam a todos. Fiream todos prisioneiros e ajudaram Philippe a estancar o sangramento. No alforje de seus cavalos havia garrafas de água que deram para sanar-lhe a sede, e depois, alguns goles de hidromel para restaurar-lhe a energia.
Assim, foram todos de volta para o acampamento, aliviados por mais uma vitória sobre o reino tirano do qual haviam se rebelado.

_______________

Vou sentir sua falta quando acordar.
- Alice in Wonderland

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Apenas um.

Não quero o clichê do romantismo encharcado de açúcar e mel. Não quero palavras doces o dia inteiro, enjoando e sufocando. Não quero amores quentes e momentâneos, cheios de rosas vermelhas que, sem querer e de repente, machucam com seus espinhos frágeis.
Eu quero um amor pra vida inteira, um amor que por si só já é o suficiente. Um amor em que um simples gesto valha por todas as letras jogadas ao vento, e que cada beijo apaixonado traga uma sensação diferente. Eu quero um amor de altos e baixos, e ao mesmo tempo, equilibrado e calmo. Eu quero um amor que ensine e que aprenda um amor cúmplice em todos os sentidos. Eu quero amantes eternos em baixo da chuva gelada e de um céu estreado. Eu quero um amor em que a verdade não seja cobrada, porque afinal, a mentira não é necessária. Eu quero um amor em um lugar qualquer, distante ou  perto, com multidões ao redor ou um deserto, no verão ou no inverno. Um amor em que o tempo não passe ou talvez também voe.
Eu quero um amor sem explicação. Mas não quero vários. Para mim, bsta um só.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estações.

Quando você vir falar novamente comigo, não traga junto seus jargões de canalha conquistador. Porque eu não vou cair na mesma conversa barata de tempos atrás.
Falar é mais fácil do que fazer. Não é mesmo? O negrito não é charme. É pra te dar a certeza de que estou escrevendo pra você. Pensei que meu estoque de palavra destinadas a quem não importava mais estava esgotado, mas encontrei nas prateleiras mais escondidas e empoeiradas algumas letras jogadas em meios às teias de aranha, esperando para finalmente, dizer que não há mais nada.
Nada no sentido do que ainda está por vir. Porque muita cosia foi deixada para trás.
O coração leve me diz com clareza que o meu amor de verão acabou. Agora as folhas de outono me levam para um novo mundo, muito melhor sem você.  E quando o inverno por fim congelar todos os resquícios reprimidos e acumulados, eu sorrirei para você com sinceridade. Seu orgulho reduzido a pó. Déjà vu, tarde demais.
O perfume e as cores da mais bela estação me trarão uma perspectiva nova e inédita. Cada flor me dará a certeza de que uma época antiga e passada, foi boa, e não voltará. Em meio às pétalas, meu sorriso continua escancarado m meu rosto, para quem sim, me faz feliz.


___________________

♫ Procuro um amor
Que seja bom pra mim
Vou procurar, eu vou até o fim ♪